Liderança

Uma Perspectiva Sobre a Implantação de Igreja

Artigo
14.06.2018

Há 22 anos, quando comecei a fazer planos de mudar do pastorado no Alabama para implantar uma igreja em Memphis, um colega de ministério me olhou com admiração. E perguntou, gracejando: “Você quer plantar uma igreja em Memphis? Lá existem mais igrejas do que postos de gasolina”.

Não estou certo quanto às estatísticas referentes a igrejas em relação a postos de gasolina, mas ele estava correto quando disse que Memphis tinha inúmeras igrejas. Naquela época, na segunda metade dos anos 1980, havia 125 igrejas somente dos batistas do Sul. Contudo, a teoria de meu colega se deparou com silêncio espantoso, quando lhe disse que o número de igrejas da Convenção Batista do Sul permanecera quase inalterado, enquanto a população da cidade quadruplicara.

Memphis não está sozinha nesta categoria. Embora, felizmente, o número de igrejas da Convenção Batista do Sul tenha aumentado em mais do que vinte, desde que mudei para Memphis, isso atende apenas superficialmente a carência de nossa comunidade. Quando implantávamos uma igreja em South Woods, eu trabalhava simultaneamente em meu doutorado em ministério, concentrando-me em implantar igrejas nos estados mais ao sul. Concluí que, levando em conta o projeto de crescimento da população nos 20 anos seguintes, precisaríamos pelo menos de 29.000 igrejas naqueles estados, somente para manter-nos em harmonia com o crescimento populacional. E isso não levava em conta as populações e comunidades que não tinham igrejas centralizadas no evangelho. Pense nos enormes centros populacionais no leste, nordeste, meio oeste, oeste e as regiões do Cinturão do Sol. As 29.000 novas igrejas seriam a proverbial gota no balde!

No entanto, desejo fazer uma observação. O alvo da implantação de igrejas nunca deve ser apenas o começar uma igreja, especialmente se pensamos na igreja como uma reunião religiosa daqueles que confessam a fé cristã. Já temos muito desse tipo de reunião religiosa! A igreja, eu insisto, é uma congregação de pessoas regeneradas, reunidas em um pacto mútuo para ouvir a exposição regular da Palavra, exercer disciplina, observar as ordenanças do batismo e da Ceia do Senhor, manter um ministério focalizado intencionalmente no evangelho (incluindo missões) e organizar a igreja de acordo com a revelação das Escrituras (ou seja, o governo da igreja não é deixado ao acaso, e sim determinado pelas Escrituras). Penso que isso pode restringir muito do que se realiza em nome do implantar igrejas!

Se ampliarmos nossa visão quanto à implantação de igreja e incluirmos o mundo, ficaremos pasmados com o crescimento populacional e os grupos étnicos e linguísticos que não têm igrejas locais. Milhões de novas igrejas são necessárias para satisfazer essa necessidade urgente do evangelho em todo o mundo.

Esse é um assunto mais amplo do que podemos assimilar neste artigo ou mesmo nas prioridades das igrejas locais. Portanto, focalizaremos em implantar igrejas em nossa própria comunidade. Pensar em envolver-se na implantação de igrejas é uma idéia realista para a sua igreja? Frequentemente, relegamos a tarefa de plantar igrejas à diretoria de missões da denominação; mas isso significa entregar a responsabilidade da igreja a uma instituição, e não ao organismo vivo da igreja local. Embora as agências missionárias denominacionais possam facilitar a implantação de igrejas, provendo estudos demográficos, treinamento de líderes e consultas, são as igrejas que implantam igrejas. Não podemos ficar satisfeitos por enviarmos algumas ofertas para a denominação, para que eles implantem igrejas. Não, isso é nossa responsabilidade. Talvez não sejamos capazes de estabelecer sozinhos uma igreja, mas podemos nos unir com outras de mesmo pensamento para estabelecermos novas igrejas, centradas no evangelho.

Examinemos essa idéia de implantar igrejas tendo em vista o envolvimento de todas as nossas igrejas.

Por que implantar igrejas?

É óbvio que não podemos simplesmente começar uma campanha de implantar igrejas, porque não existem igrejas suficientes. Não somos uma franquia de alimentos ou uma loja de departamentos que tenta estender sua marca de produtos para outras regiões. Somos a igreja do Senhor Jesus Cristo. Fomos comprados por preço, o sangue de Cristo. Fomos estabelecidos pelo Senhor da igreja como missionários para proclamar o evangelho. Fomos colocados de modo estratégico como sal e luz no mundo. Um dia nos reuniremos coletivamente diante do trono de Deus e do Cordeiro e exultaremos para sempre em sua graça. Então, o que fazemos é bem diferente do mercado de marketing. Quando a igreja sucumbe à filosofia de marketing, ela substitui a dependência do evangelho por técnicas centralizadas no homem. Em vez disso, temos de convencer-nos de que implantar igrejas é bíblico; portanto, necessário e abençoado por Deus.

Preocupações bíblicas e teológicas

Minha firme convicção, resultante do estudo das Escrituras, é que não podemos ter uma teologia ou uma metodologia correta de evangelismo sem a igreja. Não estou dizendo que as pessoas só podem ser salvas se fizerem parte de uma estrutura eclesiástica. Contudo, estou dizendo que nosso evangelismo tem de ser feito no relacionamento com a igreja. Leon Morris escreveu: “A salvação é social. Envolve todo o povo de Deus”. Ele prossegue e explica a continuidade de crentes no Antigo e no Novo Testamento. Mais do que isso, temos continuidade com aqueles que vivem presentemente, de modo que somos salvos em relacionamento com a igreja. 1

Implantar igrejas não é um fenômeno novo. Originou-se quando o evangelho se moveu de Jerusalém para a Judéia, Samaria e as partes mais remotas da terra. O livro de Atos apóia o implantar igrejas! Embora alguns possam sugerir que é imprudente construir uma teologia baseada no livro de Atos, quando pensamos no assunto de implantar igrejas, é ali que encontramos a maioria das evidências dessa obra. Ainda que Atos não tenha sido escrito na forma de epístola, as suas narrativas nos mostram — sem os detalhes — igrejas sendo implantadas uma após outra, à medida que os crentes evangelizavam o mundo. Eles não sabiam nada sobre expandir a evangelização sem a implantação de igrejas. A comissão que Cristo deu à sua igreja, descrevendo o mandato missionário, não pode ser cumprida sem a implantação de igrejas (ou seja, se não existe alguma igreja entre os povos evangelizados). Mateus 28.19-20 demanda o fazer discípulos, o batizar e o ensinar continuamente os crentes, a fim de que aprendam fidelidade e obediência ao Senhor da igreja. Grupos para-eclesiásticos não são chamados nem estão equipados para essa obra. Ela pertence à igreja, que deve incluir a implantação de igrejas em seus planos evangelísticos e missionários.

Rolland Allen, missionário anglicano que serviu na China e na África, no início do século XX, resumiu corretamente o mandato teológico de implantar igrejas, expresso no livro de Atos.

É impossível que o breve relato, apresentado cuidadosamente por Lucas, sobre a implantação de igrejas nas Quatro Regiões não tivesse mais do que um mero interesse histórico e arqueológico. Assim como o restante das Escrituras, ele foi “escrito para o nosso ensino”. Certamente o seu propósito era ser algo mais do que uma história emocionante de um homem extraordinário, fazendo coisas extraordinárias, em circunstâncias extraordinárias — uma história da qual, posteriormente, as pessoas não obteriam mais instrução do que a receberiam da história de El Cid ou das façanhas do rei Arthur. Foi escrito realmente com o propósito de prover luz ao caminho daqueles que viriam depois. 2

Com isso em mente, façamos uma análise rápida do livro de Atos e vejamos as implicações e as evidências de implantar igrejas que ali encontramos. Atos 1.8 reitera a Grande Comissão já mencionada. Cristo não designou a igreja para obter decisões, e sim para fazer discípulos sob o poder do Espírito Santo. Essa obra não pode acontecer sem que congregações assumam o papel de fazer discípulos, instruir constantemente, exigir responsabilidade e praticar a disciplina corretiva de crentes. Atos 2.37-47 mostra o começo da igreja em Jerusalém, manifestando todos os elementos que Jesus recomendou na Grande Comissão. Eles fizeram discípulos por meio da pregação clara do evangelho, ministrada por Pedro e os apóstolos. Batizaram os novos crentes (v. 41) e persistiram no ensino sistemático (v. 42) e na expansão evangelística regular (v. 47). A perseguição surgiu depois da morte de Estêvão, pela qual a igreja de Jerusalém foi dispersa “pelas regiões da Judéia e Samaria” (At 8.1). “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra”, incluindo Filipe, que pregou o evangelho em Samaria e estabeleceu a primeira igreja entre os samaritanos (At 8.4-24).

Embora sempre desejemos mais comentários, os escritores bíblicos nos dão apenas o que necessitamos. Depois da conversão de Saulo, Lucas comentou: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número”(At 9.31 — ênfase acrescentada). Por meio dessa afirmação notável, Lucas condensou em um versículo o primeiro movimento de implantação de igrejas na igreja primitiva! A igreja, vista como o corpo de Cristo, continuava a crescer corporativamente, enquanto congregações locais eram estabelecidas em Jerusalém, na Judéia, Galiléia e Samaria.

Ao narrar a conversão de Cornélio, Atos 10 nos mostra o começo da igreja em Cesaréia, uma igreja estabelecida com os novos crentes gentios. Pedro ordenou o batismo daquelas pessoas, que evidenciavam ter nascido de novo (v. 48). Atos 11.19-26 nos conta a história de como o evangelho chegou a Antioquia. A igreja de Jerusalém foi informada das notícias sobre esse movimento do evangelho e lhes enviou Barnabé para liderá-los. Ele, por sua vez, procurou Saulo de Tarso, a fim de auxiliá-lo. Juntos, “por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão” (At 11.26 — ênfase acrescentada). Admirável é o fato de que Lucas não precisou parar o relato e explicar a grande expansão das novas igrejas. Ele apenas afirmou o óbvio.

Dentre as igrejas gentílicas do século I, a de Antioquia foi a que estabeleceu novas igrejas mais do que qualquer outra. Como igreja que enviava, eles comissionaram Paulo e Barnabé a levarem o evangelho à região da Galácia. Vemos que eles plantaram igrejas em Antioquia da Pisídia (At 13.44-49), Derbe, Listra e Icônio (At 14.20-21). Não deixaram as igrejas sem liderança e estrutura. “E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14.23 — ênfase acrescentada). Esses primeiros missionários consideraram a estrutura de liderança uma marca essencial das igrejas cristãs.

A carta que os apóstolos e presbíteros de Jerusalém mandaram às novas igrejas, a fim corrigir o problema semeado pelos judaizantes, foi dirigida “aos irmãos de entre os gentios em Antioquia, Síria e Cilícia” (At 15.23). Isso evidenciou que havia igrejas plantadas nas regiões da Síria e da Cilícia, sendo Antioquia a capital.3 Paulo e Silas levaram a carta às igrejas estabelecidas na região da Galácia, “para que… observassem as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros de Jerusalém” (At 16.4). O movimento do evangelho para além da Galácia (a moderna Turquia), chegando à Europa, aconteceu com a visão da chamada de Paulo à Macedônia, para que os ajudasse (16.9). Consequentemente, a primeira igreja da Europa foi estabelecida em Filipos (16.11-40). De Filipos, as igrejas chegaram a Tessalônica e Beréia (17.1-15), Corinto e Éfeso (18.1-11; 19.1-10). Indicações de igrejas em Trôade (20.7-12), Tiro (21.3-5), Ptolemaida (21.7) e Cesaréia (21.8-14) demonstram que, onde o evangelho penetrava com poder, igrejas eram implantadas. Quando Paulo chegou em Roma (At 28.15-16), encontrou-se com “os irmãos”, uma maneira simples de se referir à igreja já estabelecida na capital.

As epístolas nos dão evidência de igrejas na Galácia, Éfeso, Filipos, Colossos, Laodicéia (Cl 4.16), Tessalônica e Creta (Tt 1.5), bem como das congregações dispersas às quais Tiago e Pedro escreveram, inclusive aquelas localizadas no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (1 Pe 1.1). Em Apocalipse 1.11, João identificou sete igrejas específicas na Ásia Menor, incluindo Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia. Nosso Senhor se dirigiu às sete igrejas para abordar questões específicas de doutrina, disciplina, perseguição, pureza e assuntos pertinentes a cada uma delas, que haviam sido estabelecidas por Paulo ou qualquer outro dos evangelistas da igreja primitiva (Ap 2-3). Aonde quer que os discípulos fossem dispersos com o evangelho, eles procuravam estabelecer novas igrejas.

Essa análise da implantação de igrejas no livro de Atos, com evidências adicionais das epístolas, indica o padrão da expansão do evangelho para cada época. Felizmente, visto que muitas igrejas têm sido implantadas ao redor do mundo, podemos unir novos crentes com igrejas estabelecidas. A propagação do evangelho acontece a partir de igrejas evangélicas já existentes. Onde não há congregações, podemos insistir que ali não há evangelismo bíblico apropriado, até que igrejas sejam implantadas tendo em vista o crescimento permanente, a nutrição e o ministério dos novos crentes. Abolir a implantação de igrejas, enquanto nos envolvemos em obras evangelísticas em áreas que carecem de igrejas centradas no evangelho, significa não compreender o ensino concernente à evangelização bíblica. Os novos crentes precisam ser integrados em rebanhos locais, e, onde não houver um rebanho, o evangelista sábio estabelecerá novas igrejas. Sua obra não é completa até que uma igreja ali exista, para nutrir e envolver os novos crentes no ministério do evangelho. Rolland Allen diagnosticou este problema há quase um século.

Muitos têm vagueado pelo mundo, pregando a Palavra, não lançando nenhum alicerce firme, não estabelecendo nada permanente, não deixando após si uma sociedade instruída; e têm reivindicado para seus absurdos a autoridade de Paulo… pessoas têm adotado os fragmentos dos métodos de Paulo e tentado incorporá-los ao seus sistemas esquisitos; e o fracasso resultante têm sido usado como argumento contra os métodos do apóstolo.

Por exemplo, pessoas têm batizado convertidos não instruídos, e esses convertidos têm abandonado o evangelho; mas Paulo não batizava convertidos não instruídos sem usar como base um sistema de responsabilidade mútua que garantia a instrução deles. Mais uma vez, eles têm reunido congregações e permitido que se desviem por si mesmas; e o resultado é que essas congregações retornam ao paganismo. Contudo, Paulo não reunia congregações; ele implantava igrejas e não as deixava até que estivessem plenamente equipadas com ministério, ordenanças e tradição (ênfase acrescentada). 4

Fazendo concessões ao anglicanismo de Allen, creio que ele está dizendo algo correto sobre este assunto. Quando observamos a metodologia de Paulo na evangelização, descobrimos que ela se focalizava na implantação de igrejas. Plantar igrejas não era um subproduto da evangelização de Paulo; antes, era o seu ponto central — ou seja, o ponto que Allen ressaltou com clareza.

Não pretendo sugerir que a implantação de igreja tem de acontecer em todo labor evangelístico. Pelo contrário, se em determinada área não existem igrejas focalizadas no evangelho, a implantação de uma igreja tem de ser empreendida; e, se existe uma aparência de igreja, a obra de reforma precisa ser levada avante, para trazer vida a igrejas letárgicas e teologicamente anêmicas. Em outras palavras, nosso alvo não deve ser apenas ganhar convertidos, e sim fazer discípulos — e isso não pode ocorrer sem a existência de igrejas.

Preocupações geográficas

Às vezes, condições geográficas demandam novas igrejas. As comunidades mudam; pessoas deixam certo lugar, enquanto outras vão para lá. Algumas igrejas são capazes de adaptar-se a mudanças; outras não. Quando elas não se adaptam, não devemos evitar a implantação de igrejas novas onde existem antigas. Onde as igrejas abandonaram o evangelho cristão, não devemos nos envergonhar de estabelecer novas igrejas, centradas no evangelho.

Há vários anos, Stan Reeves e eu estávamos hospedados juntos durante um encontro. Gastamos maior parte de nosso tempo livre falando sobre o seu intenso desejo de implantar uma igreja batista reformada na cidade de Auburn, no Alabama. Embora existissem diversas igrejas batista em Auburn, nenhuma delas era distintivamente reformada, em sua teologia, adoração e ministério. Embora houvesse várias igrejas reformadas, nenhuma delas era distintivamente batista, defensora do credo-batismo. Stan, que era um professor de engenharia elétrica em Auburn, tinha um desejo ardente de envolver-se na implantação de uma igreja batista reformada que teria um grande alcance na universidade e nas comunidades vizinhas. Outra família se uniu a ele nesse interesse, colocando seus recursos e energia no processo de estabelecer uma nova igreja. Depois de alguns anos, Paul Stith mudou-se com sua família para Auburn, a fim de começar a pastorear a nova igreja. Stan e Paul reuniram-se com pastores de igrejas batistas e presbiterianas, para lhes informar os planos específicos e pedir o apoio de suas orações. Eles obtiveram receptividade e encorajamento daqueles pastores. A Grace Heritage Church surgiu e continua a servir a Cristo em Auburn.

Memphis tem uma população de quase um milhão de pessoas e conta com centenas de igrejas. Nem todas as igrejas proclamam fielmente o evangelho de Cristo, ou expõem com regularidade as Escrituras, ou disciplinam seus membros, ou fazem uso correto das ordenanças, ou praticam o governo bíblico da igreja, ou mantêm um ministério focalizado no evangelho. Não é o número de igrejas em Memphis que deve ser levado em conta, quando alguém pensa em implantar uma igreja nesta cidade do Sul. Em vez disso, a implantação de igreja deve ser relacionada com o impacto evangélico que as igrejas existentes estão causando. Se não estão penetrando as trevas, ou novas igrejas precisam ser implantadas, ou as igrejas existentes precisam de reforma. Ambas as obras são importantes e necessárias. Ambas exigem estratégias inundadas de oração. Ambas demandam liderança com virtudes específicas: uma liderança que tenha paciência e habilidade de nutrir, para implantar uma nova igreja; outra liderança que tenha paciência e habilidade de diplomacia, para lançar os alicerces da reforma bíblica.

Mudanças demográficas no centro de Memphis deixaram aquela área da cidade com pouco testemunho do evangelho. Por isso, alguns anos atrás, Jordan Thomas, um homem criado do outro lado do rio, além de Memphis, retornou para implantar uma igreja na cidade. Ele serviu anteriormente como membro da diretoria de uma igreja na área em que residia e se deparou com o fervor anti-calvinista da liderança de sua igreja. Confrontando-se com a desagradável realidade de uma igreja que não apreciava seu ministério bíblico ou as doutrinas da graça, Jordan viu nisto um ato da providência de Deus e uma oportunidade para treinamento adicional no Bethlehem Institute, em Minneapolis. Depois de receber o treinamento sob o ministério de John Piper e da equipe da Bethlehem Baptist Church, Jordan retornou a Memphis com dois amigos, e começaram a Grace Church. Localizada bem em frente do rio, a igreja de Jordan focaliza seu ministério em pessoas que vivem em seus arredores: pedintes, moradores em casas populares, como também aqueles que vivem em apartamentos e casas luxuosos à margem do rio Mississipi. Reunindo-se semanalmente em um espaço alugado, a Grace Church procura servir a Cristo e ao seu evangelho com um testemunho distintivamente batista reformado na cidade de Memphis.

Numa comunidade onde há muitos prédios de igrejas que têm congregações doentes, manquejando com impulsos de adoração cristã, sem um verdadeiro ministério do evangelho, sem paixão pelos perdidos, sem espírito missionário, sem pessoas dispostas a envolver a cultura com o evangelho, este é o momento de implantar uma igreja. No entanto, o alvo primordial não é menosprezar as igrejas existentes. Talvez, pela misericórdia de Deus, as igrejas letárgicas existentes sejam revigoradas por uma nova igreja estabelecida nos arredores. A nova igreja se focalizará em alcançar os incrédulos que as igrejas existentes não estão alcançando. E se tornará um refúgio para os crentes famintos do evangelho que lutam em meio a sua membresia em igrejas evangélicas fracas.

Considerações doxológicas

Acompanhando as razões bíblicas, teológicas e geográficas para a implantação de novas igrejas, há o desejo de ver a Cristo magnificado e honrado por meio de igrejas que são corajosamente norteadas pelo evangelho. As novas igrejas focalizadas no evangelho não se dedicam às últimas tendências ou a artifícios que atraem pessoas desinteressadas; antes, essas igrejas procuram manifestar em seus relacionamentos, adoração, pregação e ministério a centralidade da glória de Cristo na igreja. Infelizmente, muitas das igrejas já existentes estão destituídas da glória de Cristo. Elas têm organização, programas, liturgia e dinheiro, mas não têm o aroma de Cristo e de seu evangelho. Podem apresentar números e reivindicar convertidos, mas falta-lhes as marcas distintivas de uma igreja bíblica. Uma situação assim é uma ocasião para plantar uma nova igreja, por causa da glória de Cristo.

O Novo Testamento apresenta muitas imagens para descrever a igreja: o templo de Deus (1 Co 3.16), o corpo de Cristo (1 Co 12.27), a família de Deus (Ef 2.19), a habitação de Deus em Espírito (Ef 2.22), a coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3.15) e a esposa de Cristo (Ef 5.25-32; Ap 19.7-9). Esta última figura da igreja — a esposa de Cristo — nos lembra o alvo permanente que deve motivar a organização e o ministério de nossa igreja. Em vez de ser moldada pelas técnicas de marketing do mundo, a igreja tem de se preparar para o casamento eterno com Cristo. Ele se deu a Si mesmo pela igreja, para a santificar e purificar, “por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27). Entretanto, muitas igrejas não evidenciam a obra santificadora de Cristo. Será que elas não são apenas organizações eclesiásticas que possuem nomes cristãos? Novas igrejas têm de ser plantadas, igrejas que vivam com a paixão de fazer tudo que fazem para a glória de Cristo.

Por que não plantar igrejas?

Nos últimos vinte anos, depois de plantar a igreja que atualmente pastoreio, tenho estimulado muitos pastores e futuros pastores a se engajarem na implantação de igrejas. Algo que me preocupa em muitas das conversas são as razões fundamentais para implantarmos igrejas. Às vezes, a razão para fazermos isso não é bastante sensata para nos arriscarmos ao processo. Desejo oferecer algumas razões que nos mostram quando não devemos implantar igrejas.

Primeiramente, não estabeleça uma igreja somente para escapar dos problemas do pastorado. Talvez um irmão se depare com a extensa e desgastante obra de reforma bíblica. Isso é um desafio desanimador — mas necessário. Não resolveremos nossos problemas por implantarmos uma nova igreja. Temos de apenas de carregar os nossos próprios fardos! Outros lidam com o problema da membresia da igreja, com a redução do seu rol de membros ou com o exercício da disciplina sobre os membros que erram. Essas são questões monumentais! Quem pode culpar os outros de fugirem delas, a menos que ele, de fato, seja chamado por Deus para pastorear o rebanho?

Escapar das dificuldades através da implantação de uma nova igreja apenas nos garantirá que teremos outros tipos de dificuldades. Tenho de admitir: quando mudei para Memphis a fim de implantar uma igreja, depois de pastorear três outras igrejas, achava que deixaria para trás muitos dos problemas típicos enfrentados pelos pastores da Convenção Batista do Sul: diáconos despreparados, organização medíocre, estruturas de autoridade, brigas por espaço nos ministérios da igreja, assembléias vergonhosas, citando apenas alguns dos problemas. Deixei para trás essas coisas, mas herdei outras dificuldades que são comuns ao início de igrejas, problemas tais como estruturas de autoridade (parece familiar), conflitos de relacionamento, problemas relacionados ao prédio, questões de liderança, nenhuma organização, etc.

Você não pode escapar. Os problemas surgem com a expansão. As pessoas trazem os problemas. Mas essa é a razão por que Deus nos chamou à obra — levarmos a igreja a Cristo e à sua glória em todas as coisas; sermos exemplo de piedade em tempos difíceis; alimentarmos o rebanho com a Palavra de Deus, fortalecendo-o e admoestando-o a seguir a Cristo, e aplicarmos o evangelho a cada área da vida e do ministério.

Em segundo, não plante uma igreja motivado por impulso. Não há qualquer estratégia envolvida, nem mesmo uma preocupação crescente produzida pelo Espírito, mas somente uma desordem que clama por solução imediata. Começar uma nova igreja parece o único caminho a seguir. Divisões em igrejas produzem muitas igrejas novas! Os problemas fermentam, os conflitos explodem, os membros escolhem a sua posição, e pronto! Uma nova igreja é formada!

Apresso-me em ressaltar que muitas igrejas boas começaram como resultado de divisões! Essas igrejas têm razões legítimas para o seu começo somente se, com base na verdade, esgotam-se todos os meios de promover a reconciliação. Se a divisão ocorre por causa de discordância sobre a cor do tapete, ou o horário de começar a Escola Dominical, ou dar um aumento aos empregados da igreja, a humildade e o arrependimento tem de prevalecer sobre a saída abrupta para começar uma nova igreja. No entanto, se ocorre uma divisão por causa do que é o evangelho, ou das doutrinas essenciais da fé, ou da liderança eclesiástica bíblica, ou de manter uma membresia de pessoas regeneradas, ou de exercer a disciplina eclesiástica bíblica, então, uma nova igreja talvez seja necessária. Eu disse talvez, porque as questões doutrinárias podem ser resolvidas com ensino paciente e humilde. Nunca se precipite a implantar uma igreja num momento de impulsividade. Procure demonstrar o espírito de Cristo em todas as coisas. Quando problemas sérios relacionados à doutrina e ao evangelho não podem ser resolvidos, deve haver divisão, por causa da glória de Cristo na comunidade. E, nessas condições, a nova igreja nunca deve comportar-se com orgulho de ser a verdadeira igreja. Problemas também podem surgir à nova igreja; portanto, tenha cuidado em começar com humildade uma nova igreja.

Em terceiro, não estabeleça uma igreja como um remédio para solucionar problemas. Esse idealismo exalta o homem, e não o Senhor da igreja. Os pecadores sempre fazem atrapalhadas, incluindo os que implantam igrejas! Novas igrejas têm os seus próprios problemas. Embora eu pensasse que evitaria muitos dos problemas desagradáveis que enfrentei em pastorados anteriores, ainda tenho me deparado com planos secretos, crenças estranhas e não ortodoxas, conflitos de personalidades, problemas de liderança, dificuldades financeiras e muitas outras questões. Começar uma nova igreja não elimina os problemas, a menos que eliminemos as pessoas; e esse não é objetivo de uma nova igreja!

Finalmente, não plante uma igreja, necessariamente, porque isso parece ser a única opção para exercer o pastorado. Tenho me deparado com homens que não foram capazes de conseguir um pastorado de outra forma. Por isso, viram o implantar igreja como o único meio de ter um púlpito. Ora, isso suscita um problema importante: o fato de que há mais candidatos ao pastorado do que igrejas abertas é uma indicação clara de que alguns dos que esperam por um pastorado precisam implantar igrejas. Mas não todos eles. Alguns precisam seramadurecidos antes de se lançarem à implantação de uma nova igreja. Não precisamos começar igrejas para acomodar homens, e sim para glorificar e exaltar a Cristo. Alguns homens não têm os dons e a vocação para pastorear; apesar disso, eles acham que devem ter uma igreja. Outros são ásperos e inflamadores, tendo causado divisões por meio de sua personalidade fraca. Por isso, tentam implantar uma igreja em que todos cooperarão com eles e ignorarão sua personalidade não santificada. Começar uma igreja para acomodar esse tipo de homem é totalmente inapropriado.

Quando alguém me faz perguntas sobre implantação de igreja, comumente investigo os seus motivos. Por que deseja implantar uma igreja? Por que começar do nada, sem história ou tradição, sem estrutura de liderança ou organização educacional, sem apoio ou recursos financeiros, sem ministério de crianças ou de jovens, sem prédio ou lugar conveniente? Por quê? Eu condensaria os motivos corretos em dois. Primeiro: você percebe a necessidadede uma nova igreja, não para escapar de problemas, e sim para estabelecer um ministério bíblico que alcance as pessoas, por causa do reino de Deus. A necessidade não é a sua carência de um ministério, e sim o amor à glória de Cristo entre as pessoas, para que o nome dEle seja honrado. Segundo, você sente uma chamada de Deus, em sua vida, para realizar esta obra. Essa chamada talvez não seja tão forte como sua chamada ao ministério, mas ela é muito real em sua vida. Você a avalia e coloca-a à prova. Examina os seus motivos e considera as exigências envolvidas; nada do que foi avaliado o impede de plantar uma igreja. Você avalia o seu senso de chamada com sua esposa e mentores espirituais. Eles reconhecem a preparação de Deus em sua vida e as habilidades especiais que lhe foram outorgadas para essa obra. Você está disposto a arriscar tudo por causa do estabelecimento de uma nova igreja, para a glória de Cristo. Somente depois de fazer essa avaliação, você estará pronto a mover-se à implantação da igreja.

Talvez você ache que estou procurando desanimar os irmãos a implantarem igrejas. Não, de maneira alguma. Estou interessado em que meus irmãos entendam as exigências de Cristo, enquanto pensam sobre a implantação de igrejas. Vocês exercerão funções diferentes: pregador, pastor, organizador, educador, conselheiro, motivador, planejador, líder de grupos, tutor, nutridor, treinador, etc. Devem estar dispostos a trabalhar com dedicação, por longas horas, e, às vezes, assumir outro trabalho para atender às necessidades da família. Devem estar dispostos a confiar nos outros que se unirão a vocês, compartilhando o fardo, distribuindo sabiamente as responsabilidades, treinando os líderes, investindo em pessoas e cultivando ensinadores. Têm de ser responsáveis aos outros nos aspectos espiritual, financeiro, moral, ético e eclesiológico. Precisam ser comprometidos com as pessoas entre as quais procuram estabelecer a igreja, fazendo parte da vida delas, compartilhando suas alegrias e tristezas, conhecendo suas inquietações e aflições. Devem ser ensináveis, compreendendo que, como plantadores de igreja, haverá muitos “primeiros” que terão de iniciar esse tipo de trabalho. Vocês cometerão erros e terão de admiti-los com humildade. De vez em quando precisarão corrigir o rumo, quando os seus “melhores planos” não derem certo. Na providência de Deus, isso redireciona o ministério da nova igreja. Deverão ser flexíveis nos planos e na organização, mas inflexíveis na doutrina e no compromisso com o ministério do evangelho.

Quem deve considerar a implantação de igreja?

Embora o lema igreja planta igreja norteie meu entendimento quanto à implantação de igrejas, também é verdade que essa obra começa normalmente com uma pessoa. Talvez não tenha havido muitas assembléias administrativas em que várias pessoas se levantaram espontaneamente e recomendaram o começar uma nova igreja. Somente se alguém gastou tempo em refletir sobre essa necessidade, ela virá à tona em uma assembléia da igreja. Talvez seja o pastor, ou um presbítero, ou outro líder quem verá a necessidade de replicar o ministério de sua igreja em outra parte da cidade em que eles servem. Ou o pastor poderá ver a necessidade de estabelecer uma igreja centrada no evangelho em outra cidade ou mesmo em outro país. Ele leva consigo esse fardo, orando. Examina-o e pondera-o. Depois, apresenta seus pensamentos a líderes que se unem a ele em oração, buscando a direção do Senhor. Com base nessa conscientização de estabelecer uma nova igreja, a igreja local se prepara para implantá-la. A liderança da igreja local considera diligentemente quem liderará a nova igreja, onde se localizará, como será o envolvimento permanente da igreja-mãe e quando se dará a independência da nova igreja.

Esse modelo de igreja-mãe propicia uma rede de responsabilidade, apoio e estabilidade, por meio do que ela assistirá à nova igreja. E talvez seja o campo de provas para o plantador de igrejas, no qual ele será mentorado quanto à obra que a igreja-mãe o chamou a aceitar. Penso no incrível trabalho que o pastor Tony Mattia e a Trinity Baptist Church, em Wamego (Kansas), têm feito como modelo de igreja-mãe. Eles têm treinado líderes, enviado seus membros, feito sacrifícios financeiros e investido muita energia em gerar inúmeras igrejas em Kansas. Usando o ditado de Spurgeon: “Se não há uma igreja… você não deve começar uma?” para direcioná-los, a Trinity Baptist Church continua a ser, entre os batistas do Sul, líder em implantação de igrejas em Kansas.

modelo de igrejas cooperadoras une igrejas que têm a mesma doutrina e metodologia na obra de plantar congregações semelhantes. Algumas igrejas acham que separar uma parte significativa de seus membros para a implantação de uma igreja é mais do que podem oferecer. Por isso, se unem a outras igrejas para implantar uma nova igreja, treinar o plantador e assumir as despesas iniciais. Neste modelo, duas ou mais igrejas poderiam formar uma comissão orientadora que traçaria o rumo para a nova igreja. Os presbíteros ou outros líderes de cada igreja fariam o trabalho de apoio necessário para lançar os alicerces da nova igreja. Talvez devido ao tamanho de cada igreja envolvida, a contribuição equivalente de membros e recursos financeiros seria desnecessária. Cada igreja contribuiria de acordo com as provisões de Cristo. Neste aspecto, prevalece a humildade de servir uns aos outros em nome de Cristo, enquanto a comissão orientadora planeja, treina e começa uma nova obra, com a bênção de cada igreja.

Às vezes, uma igreja é começada por um plantador de igrejas preocupado com a necessidade de uma igreja centrada no evangelho. O plantador de igrejas tem de considerar como sua maior prioridade o ser responsável para com a igreja que o envia. Essa igreja talvez esteja na mesma cidade ou a centenas de quilômetros, mas o nível de responsabilidade deve permanecer inalterado e ser uma insistência constante da parte daquela igreja. Nossa igreja plantou uma igreja a mais de 8.000 quilômetros, em Niterói, no Brasil. Um dos membros de nossa igreja, Kevin Millard, mudou-se com sua família para o Brasil, a fim de servir em uma obra estudantil. Em uma mudança distintamente providencial, ele se tornou um plantador de igreja, embora essa não fosse sua intenção original, quando se mudou para o Brasil. Ele consultou os nossos presbíteros em cada passo da implantação. Conversamos sobre a pregação, a declaração de fé, a eclesiologia, a organização, a liderança, a membresia, as finanças e a localização. Pregar no culto de dedicação, quando essa nova igreja começou oficialmente seu ministério evangélico em Niterói, foi um dos acontecimentos memoráveis de meu ministério pastoral. Nossa igreja continua a ajudá-la com conselhos e apoio financeiro.

Mas, o que aconteceria, se não houvesse igrejas interessadas em implantar novas igrejas, nem houvesse plantadores de igreja disponíveis, mas a comunidade necessitasse de igrejas centradas no evangelho? Para que novas igrejas comecem é necessário a existência de crentes que tenham o mesmo pensamento. Esses crentes poderiam estar em igrejas diferentes na cidade, anelando por um ministério distintamente mais bíblico ou desejando que uma parte específica da cidade tivesse uma igreja centrada no evangelho. Embora talvez suas igrejas locais não estivessem dispostas a iniciar ou investir em tal obra, esses crentes estariam dispostos a fazê-lo. Eles sentem um profundo interesse, dado pelo Senhor, de tomar parte nesse tipo de trabalho. Por isso, se reúnem para orar, estudar a Palavra e buscar conselho sábio para satisfazerem seu interesse. Se nenhuma igreja local pode ajudá-los, eles talvez achem necessário buscar ajuda em outros lugares, mas, conforme esperamos, com a bênção da liderança de sua própria igreja. Um grande número de igrejas reformadas começaram a partir desse tipo de interesse. A Grace Heritage Church, que mencionei antes, começou com esse modelo. Embora nenhuma igreja local a tenha patrocinado, o grupo principal deixou, em boa postura, suas respectivas igrejas e dependeram de igrejas de fora de sua cidade para assumirem a responsabilidade e patrociná-los. South Woods teve o privilégio de ser uma dessas igrejas. Nosso papel foi prover responsabilidade financeira (o nosso tesoureiro administrou as finanças deles até que constituíram uma igreja), conselhos (que lhes ministrávamos regularmente via e-mail e conversas telefônicas) e alguma ajuda financeira.

Conclusão

A sua igreja tem participado na implantação de igrejas centradas no evangelho, em sua comunidade ou mais além? Essa é uma pergunta importante, que devemos considerar nestes dias em que o evangelho é minimizado em favor de obras pragmáticas, focalizadas no homem. Talvez você não tenha pensado muito sobre o assunto de implantar igrejas e até achou esse artigo desagradável. Considere o padrão bíblico de plantar igrejas e por que isso é necessário à obra de evangelização. Pergunte ao Senhor que papel a sua igreja poderia desempenhar na expansão do evangelho entre todas as pessoas. Motivado pelo evangelho e satisfeito tão-somente com a honra de Cristo, avance corajosa e humildemente como parte da rede de igrejas e plantadores de igreja, em todo o mundo, que desejam ver a glória de Jesus Cristo resplandecendo por meio de suas igrejas.

Notas:

1. Morris, Leon. Expositor’s Bible commentary: Hebrews. Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House, 1996. p. 133.

2. Allen, Roland. Missionary methods: St. Paul’s or ours? Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Co., 1962. p. 4.

3. Kistemaker, Simon J. New Testament commentary: Acts. Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1990. p. 561.

4. Allen, Roland. Missionary methods: St. Paul’s or ours? Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Co., 1962. p. 5.

5. Recomendo o excelente livro Nove Marcas de uma Igreja Local, escrito por Mark Dever (São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2007).

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