Discipulado

12 perguntas a serem feitas antes de publicar algo online

Por Mark Dever

Mark Dever é diretor do Ministério 9 Marcas, nos Estados Unidos, e pastor da Igreja Batista de Capitol Hill, em Washington D.C. Graduado na Universidade de Duke, obteve mestrado em Divindade no Gordon Conwell Theological Seminary e Ph.D. em História Eclesiástica na Universidade de Cambridge.
Artigo
20.10.2020

Quais são alguns dos indicadores a serem considerados antes de publicar um texto em um blog, status no Facebook ou tweet? Quero oferecer 12 perguntas breves. Pense nelas como luzes indicadoras, tais como as que um piloto verifica antes de decolar.

1. O que escrevi será edificante? Ou adicionará algo significativo a uma conversa importante? (Marcos 12.29-31; 1 Co. 14.26)

Pense no que edificará os outros. Tudo o que fazemos deve ser em obediência ao mandamento de amar a Deus e ao próximo. Como aumentará o conhecimento, a fé ou o amor de outros? Estou representando corretamente as opiniões com as quais não concordo? Tenho certeza de meus fatos? Espera-se que as trivialidades ocupem menos de nossas vidas do que elas ocupam uma grande fatia da internet.

Como disse John Piper, “Um dos grandes usos do Twitter e do Facebook será provar, no Último Dia, que a nossa falta de oração não era por falta de tempo”. Ele tem razão.

2. O que escrevi será facilmente mal interpretado? (João 13.7; 16.12)

A privacidade de uma conversa pessoal limita o mal-entendido. Alguns posts públicos soarão de um jeito para aqueles que nos conhecem e de outro para aqueles que não nos conhecem. Geralmente, é melhor não fazer avaliações negativas, ou se necessário, compartilhá-las em particular. Quantos de nós já aprenderam em nossos locais de trabalho, que o e-mail é uma maneira terrível de fazer comentários negativos? Quando se trata de postagens públicas, pergunte a si mesmo: existem razões que façam com que eu nāo seja a melhor pessoa para falar sobre certos assuntos?

3. O que escrevi alcançará o público certo? (Marcos 4.9)

Se você está corrigindo alguém, a plateia deve ser ampla ou mais restrita? Esta plateia é passível de correçāo? Quando você usa as mídias sociais, pense em quem está ouvindo. E se todos em sua igreja escutassem sua conversa hoje? No entanto, fazemos isto o tempo todo online.

4. O que escrevi ajudará no meu evangelismo? (Cl. 1.28-29)

O que você está prestes a dizer ajudará ou atrapalhará aqueles que você está evangelizando? Isso diminuirá ou aumentará o significado (para eles) do seu compromisso com o evangelho?

5. O que escrevi provocará uma controvérsia desnecessária e inútil? (Tito 3.9)

Pense cuidadosamente sobre as controvérsias. A linha que separa a troca vigorosa de ideias de um tipo de guerra social às vezes é mais fina do que pensamos. Esta controvérsia em particular, para a qual estou contribuindo, vai ser boa para o quê? Será que ela vai atrapalhar? Quanto tempo vai demorar? Este problema é primordial e inevitável, ou é uma questão sobre a qual a discordância é sem importância? Será que esta controvérsia tocará em qualquer outra divisão que ameace a unidade de minha igreja local?

6. O que escrevi envergonhará ou ofenderá alguém? (1 Co. 12.21-26)

Alguém ficará envergonhado ou ofendido com o que você está dizendo? Eu entendo que o simples fato de algo ser ofensivo não significa que seja errado, mas devemos ter certeza de que vale a pena.

7. O que escrevi transmitirá cuidado pelos outros? (1 Co. 12.21-26)

Será que os principais envolvidos apreciarão seus motivos? A privacidade na comunicação transmite cuidado, ela honra a pessoa que recebe a informação. Gostamos do fato de que nosso relatório médico é privado, mas não nos importamos que a promoção da loja seja anunciada amplamente. Se alguém preferir conversar pessoalmente, por que não fazer isso?

8. O que escrevi fará com que as pessoas estimem mais a alguém? (1 Co. 12.21-26)

Aponte para a graça de Deus nas vidas, ministérios e argumentos dos outros. Quando destacamos algo que aumentará a apreciação por alguém, isso glorifica a Deus e encoraja outros a verem Sua obra neles.

9. Eu escrevi me vangloriando? (Pv. 27.2)

O que você comunica online atrai a atenção para você mesmo mais do que seu tópico? De que maneira isto pode ser prejudicial espiritualmente? Isso deixará as pessoas com uma compreensão mais correta sobre você? Você está simplesmente sendo tentado a chamar a atenção para o que você sabe? Quando foi a última vez que você encorajou os outros compartilhando algo vergonhoso ou mesmo pecaminoso sobre você?

10. O tom do que escrevi é apropriado? (II João 1, 12; Cl. 4.6; Ef. 4.29; 2 Tm. 2.24–25)

As pessoas entenderão e serão encorajadas pela verdade que você comunica? O quanto é importante que o tom da sua mensagem seja recebido corretamente? É evidentemente bondoso, paciente e gentil? O tom literal da sua voz e o olhar em seu rosto preenchem muito do que você quer dizer. Em uma conversa pessoal, podemos entender mais rapidamente quando algo necessita ser esclarecido. A internet não santifica a raiva ou a frustração.

11. É errado não dizer nada? (Rm. 1.14)

Você tem uma oportunidade ou mesmo uma responsabilidade de comunicar algo? Alguns fazem isto como parte de seu trabalho. Já estabeleceu um “relacionamento” com leitores, amigos e seguidores online que têm a expectativa de seu comentário sobre uma questão ou situação específica? Nossa liberdade de expressão é uma mordomia maravilhosa. Use-a bem e de forma responsável.

12. O que aconselham os outros? (Pv. 11.14; 15.22; 24.6)

Quando você está prestes a comunicar algo provocador, você tem pessoas amigas para ajudá-lo a estimar a resposta? Você investe tempo para pensar antes de publicar? A rapidez em responder é tanto uma habilidade da internet quanto uma tentação de falar muito rápido (contra Tiago 1.19; Pv. 10.19; 14.29; 16.32; 17.27). Lembre-se, você prestará conta de cada palavra que digitar (Mt. 12.36). Falar coisas a uma “distância segura” das pessoas nos tenta a dizer coisas que não falaríamos pessoalmente?

Talvez você possa escrever estas perguntas e pedir que um amigo examine os seus posts nas mídias sociais com eles em mente. Ou então, pergunte a alguém que você sabe que não concorda consigo em alguma questão que você publicou, e veja o que eles dizem.

Tradução: Mariana Alves Passos.

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