Oração
Pelo que orar nas reuniões de presbíteros
As viúvas estavam sendo negligenciadas. Esse é um grande problema, grande o suficiente para que os apóstolos incentivassem a igreja a encontrar sete homens para tratar do assunto. Para si mesmos, porém, os apóstolos foram inflexíveis: eles se dedicariam à oração e ao ministério da Palavra (At 6.1-6).
Supondo que o exemplo dos apóstolos seja instrutivo para os presbíteros, podemos dizer que a oração é um dos principais deveres de um presbítero. Infelizmente, assim como a oração é frequentemente negligenciada em nossas devoções pessoais, ela também é frequentemente negligenciada na vida de um presbítero e nos negócios das reuniões de presbíteros.
Quando os presbíteros se reúnem para pastorear a igreja, a maior parte da reunião não deveria ser dedicada à oração? Afinal de contas, os diáconos deveriam estar trabalhando em outros assuntos para liberar os presbíteros para orar. Certamente, os presbíteros se reúnem para tomar decisões, mas essas decisões não deveriam ser mergulhadas em oração? Como os presbíteros frequentemente lidam com casos difíceis, não deveríamos orar por sabedoria antes de agir? Em resumo, a oração deve ser a parte principal de qualquer reunião de presbíteros.
Mas pelo que devemos orar e como devemos orar? Aqui estão sete categorias pelas quais orar nas reuniões de presbíteros, acompanhadas de uma breve descrição de como orar.
1. Orar por humildade e sabedoria.
Comece sua reunião orando por humildade e sabedoria. Isso definirá o tom e lembrará a todos os presbíteros presentes que Cristo é o pastor principal, e os presbíteros são meramente subpastores (1Pe 5.4, At 20.28). Tiago 1.5 diz: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” Comece as reuniões obedecendo a esse mandamento e pedindo sabedoria a Deus em todos os assuntos da sua agenda.
2. Orar sobre uma passagem das Escrituras.
A oração deve ser fundamentada na Bíblia. Felizmente, temos inúmeros exemplos de santos orando na Bíblia. Também temos muitas instruções das cartas de Paulo sobre o que devemos orar. E quem poderia esquecer os Salmos? Podemos pegar com segurança qualquer parte das Escrituras e usá-la para orientar nossas orações. Para ajudar a enraizar a reunião nas Escrituras e fornecer um guia para o que e como orar durante toda a reunião, considere a possibilidade de ler a Bíblia juntos ao começar e escolha alguns irmãos para louvar a Deus por algo que eles vejam no texto.
Em nossas reuniões, lemos a passagem que será pregada no domingo seguinte. Meditar sobre quem é Deus e o que ele fez também ajuda a reforçar que a reunião é sobre a igreja de Deus, não a nossa.
3. Orem uns pelos outros.
Em 1 Timóteo 4.16, Paulo diz a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.” Gálatas 6.9 nos implora para que “não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” Tiago 3.1 diz que nós, mestres, “havemos de receber maior juízo”. Em 2 Coríntios 3.5-6, somos lembrados de que “não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”.
Esses e muitos outros versículos nos lembram que os presbíteros também precisam de oração se quisermos perseverar em nosso trabalho como subpastores. Novamente, no início da reunião, considere a possibilidade de pedir a alguns presbíteros que falem brevemente sobre como as coisas estão indo em sua vida e ministério e, em seguida, escolha alguns outros para orar por eles. Essa prática incentiva os presbíteros a cuidarem uns dos outros ao não carregarem o fardo sozinhos. Ela também ajuda a promover a conscientização, a unidade e a simpatia.
4. Orar pelos diáconos, pela equipe e pelos obreiros apoiados.
Recentemente, nossos presbíteros começaram a convidar um diácono ou membro da equipe para falar sobre seu papel na igreja e pedir oração. Quando os obreiros apoiados estão na cidade ou quando outros que foram enviados para fora voltam para nos visitar, geralmente reservamos um tempo para ouvi-los e orar por eles durante uma reunião de presbíteros.
Essa prática tem vários benefícios. A pessoa por quem se ora é incentivada e os presbíteros ficam mais informados sobre o ministério dessa pessoa. Se você for sistemático, cada área da vida da igreja pode ser ouvida e receber oração em um ano ou mais.
5. Orar pelos doentes.
Tiago 5.14 diz: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor”. Conforme a necessidade, convide membros doentes para as reuniões (ou vá até elas), imponha as mãos sobre eles e ore por eles. Convide e ore pelas pessoas com câncer, dor crônica e outras doenças.
6. Orar pelos membros da igreja pelo nome.
Reserve uma parte significativa de sua reunião para orar pelos membros de sua igreja. Normalmente, oramos por cerca de trinta membros por nome em cada reunião, trabalhando no diretório da nossa igreja. Entramos em contato com as pessoas ou casais pelos quais planejamos orar vários dias antes, em um esforço para solicitar pedidos específicos de oração. Esses pedidos vão para um documento mestre que os presbíteros usam como guia de oração durante nossa reunião. Com esse guia de oração à nossa frente e a passagem das Escrituras que lemos anteriormente em nossas mentes, nossos presbíteros oram por esses nomes.
Também temos uma seção em nossa agenda para orar pelos membros que precisam de mais atenção e cuidado. Chamamos isso de “lista de cuidados”, que é uma lista de membros que estão passando por circunstâncias extremamente difíceis ou que estão lidando com um pecado significativo. Depois de analisarmos e conversarmos sobre a lista, geralmente designamos alguns irmãos para orar pelas pessoas da lista — para que Deus permita que os que estão lutando perseverem e que os que estão em pecado se arrependam.
7. Orar espontaneamente conforme necessário.
Muitas vezes, não sabemos que outras necessidades de oração podem surgir até o momento em que estamos no meio de uma reunião. Portanto, devemos estar dispostos a orar espontaneamente conforme necessário. Se uma decisão inesperada diante da diretoria não estiver clara, ore por sabedoria. Se uma questão polêmica deixar os irmãos chateados, ore por humildade e união. Não consigo pensar em uma situação em que não seria sábio simplesmente parar e pedir ajuda a Deus — e, se formos honestos, essas situações ocorrem com frequência.
Portanto, colegas presbíteros, quando nos reunirmos, façamos o trabalho que o Senhor nos deu. Louvemos a Deus, busquemos sabedoria, peçamos ajuda e intercedamos pelos outros em oração.