Disciplina

Quando uma Igreja Deveria Praticar a Disciplina Eclesiástica?

Dúvida
16.10.2014

A resposta a essa pergunta depende de se estamos falando no que Jay Adams chama de disciplina eclesiástica formal ou informal. Disciplina eclesiástica informal envolve confrontações feitas em particular, ao passo que disciplina eclesiástica formal envolve um processo público, perante a igreja.

  • Informal. Todo pecado, seja ele sério ou não, deve evocar uma repreensão privada entre dois irmãos ou irmãs na fé. Não significa dizer que nós deveríamos repreender todo e cada pecado que um companheiro membro de igreja comete. Significa simplesmente que todo pecado, não importa quão pequeno, está no domínio do que dois cristãos podem amorosamente trazer à tona um ao outro em uma conversa privada, a ser avaliado com prudência.
  • Formal. Uma maneira de resumir os dados bíblicos é dizer que a disciplina eclesiástica formal é necessária em casos de pecado exterior, sério e impenitente.
  • Um pecado deve ter uma manifestação exterior. Ele deve ser algo que pode ser visto com os olhos ou ouvido com os ouvidos. As igrejas não deveriam rapidamente balançar a bandeira vermelha da expulsão cada vez que suspeitassem haver avareza ou orgulho no coração de alguém. Não é que esses pecados do coração não sejam sérios. É que o Senhor sabe que nós não podemos ver o coração uns dos outros, e que os verdadeiros problemas do coração irão, de todo modo, emergir para a superfície no final (1Sm 16.7; Mt 7.17ss.; Mc 7.21).
  • Segundo, um pecado deve ser sério. Perseguir cada pecadilho na vida de uma igreja provavelmente levará à paranoia e impelirá a congregação ao legalismo. Claramente deve haver um lugar para o amor que “cobre uma multidão de pecados” na vida de uma congregação (1Pe 4.8). Nem todo pecado deveria ser perseguido até as últimas consequências. Graciosamente, Deus não agiu assim conosco.
  • Em último lugar, a disciplina eclesiástica formal é o curso de ação apropriado quando o pecado é impenitente. A pessoa envolvida em um pecado sério foi confrontada em particular com os mandamentos de Deus na Escritura, mas ele ou ela se recusa a abandonar o pecado. Tudo indica que a pessoa valoriza o pecado mais do que Jesus. A única exceção a isso é quando o pecado é tão sério que imediatamente põe em questão a validade da profissão de fé em Cristo feita pelo indivíduo (ver 1Coríntios 5 para um exemplo disso).

(Este material foi adaptado do artigo de Jonathan Leeman, A Church Discipline Primer  [Uma Cartilha de Disciplina Eclesiástica].).